Veja, caro leitor, que campanha interessante lançada neste fim de semana pelo "The New York Times". Mas duvido que pegasse no Brasil, onde não temos uma cultura de filantropia --e onde a educação pública está longe de ser uma prioridade nacional.
A prisão de alunos que cabulavam aula, em São Paulo, é apenas mais uma daquelas notícias recorrente sobre a qualidade de nossas escolas públicas.
Um dos mais importantes jornais do mundo, o "NYT" está pedindo doação em dinheiro aos americanos. Motivo: quer entregar de graça jornais para escolas públicas de todo os Estados Unidos.
A ideia central é a seguinte: a leitura de um jornal de qualidade ajudaria a educação dos estudantes. É um negócio, óbvio, para o jornal, que vai cativar leitores e aumentar suas vendas. Mas também é um bom negócio ao país. E custa quase nada para quem faz a doação. Portanto, é também uma boa para quem quer ajudar alguém e não tem muito dinheiro.
Fico imaginando quantas críticas mesquinhas seriam feitas, no Brasil, contra uma campanha contra desse tipo. Ainda temos muito a aprender sobre a importância da responsabilidade individual diante de problemas coletivos.
Em essência, nós, brasileiros, falamos muito em direitos e pouco em deveres. Sou dos que acham que deveríamos ensinar, desde a escola, que trabalho comunitário não é favor, mas obrigação.
Todos deveríamos, pelo menos, ajudar a escola pública no bairro.
Gilberto Dimenstein, 54, integra o Conselho Editorial da Folha e vive nos Estados Unidos, onde foi convidado para desenvolver em Harvard projeto de comunicação para a cidadania.
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