segunda-feira, maio 28, 2012

700 MIL FAMÍLIAS EM "EXTREMA POBREZA"


Fora do radar do governo, País tem 700 mil famílias em ‘extrema pobreza’

Pente-fino promovido pelo ministério mostra que estatísticas oficiais ignoravam legião de miseráveis, que ficaram descobertas até pelos programas sociais incrementados na gestão do ex-presidente Lula



Roldão Arruda - O Estado de S.Paulo - 27/05/2012
Um ano atrás, o governo federal pôs em andamento uma operação para localizar os chamados miseráveis invisíveis do Brasil - aquelas famílias que, embora extremamente pobres, não estão sob o abrigo de programas sociais e de transferência de renda, como o Bolsa Família. Na época, baseado em dados do IBGE, o Ministério do Desenvolvimento Social estabeleceu como meta encontrar e cadastrar 800 mil famílias até 2013. Na semana passada, porém, chegou à mesa da ministra Tereza Campello, em Brasília, um número bem acima do esperado: só no primeiro ano de busca foram localizadas 700 mil famílias em situação de extrema pobreza e invisíveis. 
Considerando apenas o chefe da família, isso corresponde à população de João Pessoa (PB). Se for levada em conta toda a família, com a média de quatro pessoas, é uma Salvador inteira que estava fora dos programas.

O resultado da operação, conhecida como busca ativa, também surpreende pelas características dessa população: 40% das famílias invisíveis estão em cidades com mais de 100 mil habitantes. Com o desdobramento e a análise das estatísticas, é provável que se constate que a maioria dos miseráveis invisíveis não estão nos grotões das regiões Norte e Nordeste, como quase sempre se imagina, mas na periferia dos centros urbanos.

"Estamos falando de famílias extremamente pobres que até agora não faziam parte do cadastro único do governo federal e por isso não eram vistas na sua integridade, de acordo com suas necessidades e carências", observa a ministra Tereza Campelo. "Podiam ter filhos na escola, mas não tinham acesso ao básico dos programas sociais, como o Bolsa Família, a tarifa social de energia elétrica e outras ações."

Para chegar a essas pessoas o ministério partiu do princípio de que, por algum motivo, elas não conseguiam chegar aos serviços de assistência social das prefeituras e pedir a inscrição no cadastro único. "Era preciso sair dos escritórios. Mobilizamos prefeituras, agentes de saúde, empresas de distribuição de energia elétrica", conta Tereza. "As prefeituras estão sendo remuneradas por esse trabalho."

Acidentado. Em Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo, a assistente social Marisa Lima foi uma dessas agentes mobilizadas para caçar os invisíveis. Em janeiro deste ano ela estava trabalhando na Unidade Básica de Saúde Municipal do Centro, na Avenida dos Coqueiros, quando apareceu por lá Raimundo Marques Ferreira, pintor de paredes, de 52 anos.

Buscava remédios e assistência médica, rotina que segue desde 2007 quando sofreu um acidente de trabalho. Caiu num fosso de elevador e teve os movimentos motores do lado esquerdo do corpo comprometidos. Como não era registrado e a empresa fechou as portas após o acidente, ficou sem nenhum tipo de cobertura. Os laudos médicos, que guarda presos com um elástico, indicam que também sofre com depressão e problemas neurológicos.

Separado, Ferreira mora com quatro filhos num cômodo de pouco mais de 30 metros quadrados, no fundo de um quintal, na Vila Zazu, bairro pobre de Franco da Rocha. É uma casa limpa, mas úmida e escura, erguida rente a um barranco ameaçador. Na época das chuvas, Ferreira sempre é visitado pela Defesa Civil, que insiste para que abandone o lugar. "Sair para onde?", indaga. "Aqui eu não pago aluguel."

Não sabia como fazer. No centro de saúde, abordado pela assistente social, o pintor contou que "já tinha ouvido falar" do Bolsa Família, mas não sabia se tinha direito, nem como se inscrever. Hoje recebe R$ 102 por mês, que usa sobretudo para pagar as contas de água e luz e comprar alguma comida. Dois de seus filhos, com 16 e 13 anos, foram inscritos no Ação Jovem, do governo estadual, que garante R$ 80 por mês, desde que frequentem a escola.

Agora a assistência social orienta Ferreira para que obtenha uma aposentadoria por invalidez, no valor de um salário mínimo, no INSS. Se conseguir, ele quer ampliar a casa onde mora e investir em cursos de informática para os filhos menores. Ele tem o olhar triste e fala em voz baixa, com modos tão humildes que dá a impressão de assustar-se com o mundo à sua volta.

domingo, maio 27, 2012

A (in)Justiça está de parabéns outra vez: Apesar de ter confessado o crime, namorada de policial executado em Cachoeirinha é liberada de presídio


http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/policia/noticia/2012/05/apesar-de-ter-confessado-o-crime-namorada-de-policial-executado-em-cachoeirinha-e-liberada-de-presidio-3771213.html


Presa em flagrante após confessar que foi a mandante da tortura e execução do namorado, o policial aposentado Ari Schuck, 60 anos, Odete Bortolini, 54 anos, foi liberada da Penitenciária Feminina Madre Pelletier na quarta-feira, por deliberação da Justiça.

Em depoimento à polícia, ela admitiu que a morte de Schuck foi premeditada. No dia 22 de maio, dois homens invadiram a residência onde Ari Schuck, 60 anos, morava com a mulher no bairro Parque Silveira Martins, em Cachoeirinha, enquanto o casal dormia. A mulher teria sido amarrada a uma cadeira na cozinha enquanto Schuck era torturado no quarto. O aposentado teve um dedo da mão amputado e morreu asfixiado por um cinto.


ZERO HORA

O MUDO FALANTE




ZERO HORA 7 de maio de 2012


Flávio Tavares, Jornalista e escritor. 


O que mais me inquieta na sucessão de falcatruas, subornos e outras obscenidades do tal Carlinhos Cachoeira não são os crimes em si, nem a avalanche com que se expandiram de Goiás pelo país afora, corrompendo governos e governadores. Nem me inquieta que, a partir da roubalheira do jogo do bicho e dos bingos, ele virasse respeitável “grão senhor”, adulado por políticos e parlamentares, ouvido pela maioria dos partidos. Ou (corolário de tudo isso) que ele e os asseclas formassem grandes empresas contempladas em milionárias obras governamentais.


Esse horror é “normal” no país. Em meio às migalhas do Bolsa-Família ou às radiosas dívidas do crediário, já nem ligamos para o grande crime. Basta a preocupação com o assalto de rua e a poluição ou a seca brutal agravada pelo desmatamento constante. Se a tristeza crescer, há o futebol e a felicidade de que a Copa será aqui, como raio de luz!


Na rapina do bando de Cachoeira, é inquietante ver o escudeiro que ele tem ao lado. O ministro da Justiça dos quatro primeiros anos do governo Lula da Silva é agora seu defensor absoluto. Não atua como advogado tratando das formalidades para evitar absurdos processuais, mas como avalista do que ele fez ou faz. Antes de ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos foi presidente nacional da OAB e, como tal, conquistou o respeito geral. Agora, na CPI do Congresso, acompanhou Cachoeira em tudo. Porte altaneiro (como se defendesse Cristo ou Tiradentes), ordenou que se calasse ou cochichou ao seu ouvido as poucas frases que o mafioso repetiu como boneco de ventríloquo.


O direito à defesa é inerente à Justiça e os advogados criminais estão habituados a defender bandidos. Mas como será um ex-ministro da Justiça defendendo a quem abusou do próprio Estado? A quem subornou, corrompeu e atingiu direitos fundamentais de milhões de pessoas, ludibriadas pela máfia e afetadas, também, pelo desvio de verbas para escolas e hospitais?


No emaranhado da corrupção generalizada, pode (por ética) um ex-ministro continuar a advogar, usando na defesa do crime o que aprendeu nas entranhas do poder? Pode um ex-ministro da Justiça (que, até 2006, comandou durante quatro anos a Polícia Federal) advogar para um notório mafioso investigado pela própria Polícia Federal?


Enfronhado, como ninguém, dos labirintos policiais, conhece ele seus meandros e fragilidades. E sobre isso irá construir a defesa. Assim, defenderá o crime pelo que aprendeu, conheceu e comandou como ministro no combate ao crime? Fará a defesa do criminoso sobre as mesmas falhas e fragilidades do sistema, no qual penetrou a fundo como ministro?


Quem será o autêntico? O ministro da Justiça de ontem, na gestão Lula da Silva, que nos protegia da bandidagem e tinha poder sobre a Polícia Federal? Ou o advogado de hoje, que cochicha em público aos ouvidos do mafioso, para tentar ludibriar o que a Polícia Federal constatou?


Pode-se fingir ontem e fingir ao contrário hoje? Ou – entre o crime e a lei – há só um lado e somos autênticos apenas em um deles? Ou tudo é teatro de rua, e a empulhação está em todos os cantos do poder? E, lá, nada é nada, não há ética nem pudor, e só interessa enganar em busca de milhões?


Nisso tudo (numa ilação paradoxal), lembrei-me do cardeal dom Vicente Scherer. O que seria dele se, após deixar o Arcebispado de Porto Alegre, se dedicasse ao oposto do que pregava e, a partir do que ouviu nas confissões dos fiéis, fosse dirigir um prostíbulo?


Seria ele a figura admirada e querida que é, pela abnegação com que reergueu a Santa Casa de Misericórdia para servir ao Rio Grande inteiro? Ou seria um mudo falante?

quinta-feira, maio 24, 2012

A FANTÁSTICA FÁBRICA DE DINHEIRO BRASILEIRA ...



Imagem inline 1A fábrica brasileira de dinheiro - ARQUIVE.
IBPT - INSTITUTO BRASILEIRO DE PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
Percentual de Tributos sobre o " Preço Final "!
PRODUTO                                                                 % Tributos/preço final


Passagens aéreas
8,65%
Transporte Aéreo de Cargas
8,65%
Transporte Rod. Interestadual Passageiros
16,65%
Transporte Rod. Interestadual Cargas
21,65%
Transp. Urbano Passag. - Metropolitano
22,98%
Vassoura
26,25%
CONTA DE ÁGUA
29,83%
Mesa de Madeira
30,57%
Cadeira de Madeira
30,57%
Armário de Madeira
30,57%
Cama de Madeira
30,57%
Sofá de Madeira/plástico
34,50%
Bicicleta
34,50%
Tapete
34,50%
MEDICAMENTOS
36%
Motocicleta de até 125 cc
44,40%
CONTA DE LUZ
45,81%
CONTA DE TELEFONE
47,87%
Motocicleta acima de 125 cc
49,78%
Gasolina
57,03%
Cigarro
81,68%
PRODUTOS ALIMENTÍCIOS BÁSICOS

Carne bovina
18,63%
Frango
17,91%
Peixe
18,02%
Sal
29,48%
Trigo
34,47%
Arroz
18,00%
Óleo de soja
37,18%
Farinha
34,47%
Feijão
18,00%
Açúcar
40,40%
Leite
33,63%
Café
36,52%
Macarrão
35,20%
Margarina
37,18%
Margarina
37,18%
Molho de tomate
36,66%
Ervilha
35,86%
Milho Verde
37,37%
Biscoito
38,50%
Chocolate
32,00%
Achocolatado
37,84%
Ovos
21,79%
Frutas
22,98%
Álcool
43,28%
Detergente
40,50%
Saponáceo
40,50%
Sabão em barra
40,50%
Sabão em pó
42,27%
Desinfetante
37,84%
Água sanitária
37,84%
Esponja de aço
44,35%
PRODUTOS BÁSICOS DE HIGIENE

Sabonete
42%
Xampu
52,35%
Condicionador
47,01%
Desodorante
47,25%
Aparelho de barbear
41,98%
Papel Higiênico
40,50%
Pasta de Dente
42,00%
MATERIAL ESCOLAR

Caneta
48,69%
Lápis
36,19%
Borracha
44,39%
Estojo
41,53%
Pastas plásticas
41,17%
Agenda
44,39%
Papel sulfite
38,97%
Livros
13,18%
Papel
38,97%
Agenda
44,39%
Mochilas
40,82%
Régua
45,85%
Pincel
36,90%
Tinta plástica
37,42%
BEBIDAS

Refresco em pó
38,32%
Suco
37,84%
Água
45,11%
Cerveja
56,00%
Cachaça
83,07%
Refrigerante
47,00%
CD
47,25%
DVD
51,59%
Brinquedos
41,98%
LOUÇAS

Pratos
44,76%
Copos
45,60%
Garrafa térmica
43,16%
Talheres
42,70%
Panelas
44,47%
PRODUTOS DE CAMA, MESA E BANHO

Toalhas - (mesa e banho)
36,33%
Lençol
37,51%
Travesseiro
36,00%
Cobertor
37,42%
Automóvel
43,63%
ELETRODOMÉSTICOS

Sapatos
37,37%
Roupas
37,84%
Aparelho de som
38,00%
Computador
38,00%
Fogão
39,50%
Telefone Celular
41,00%
Ventilador
43,16%
Liquidificador
43,64%
Batedeira
43,64%
Ferro de Passar
44,35%
Refrigerador
47,06%
Vídeo-cassete
52,06%
Microondas
56,99%
MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

Fertilizantes
27,07%
Tijolo
34,23%
Telha
34,47%
Móveis (estantes, cama, armários)
37,56%
Vaso sanitário
44,11%
Tinta
45,77%
Casa popular
49,02%
Mensalidade Escolar
37,68% (ISS DE 5%)


ALÉM DESTES IMPOSTOS, VC PAGA DE  15% A 27,5% DO SEU SALÁRIO A TÍTULO DE IMPOSTO DE RENDA,PAGA O SEU PLANO DE SAÚDE, O COLÉGIO DOS SEUS FILHOS, IPVA, IPTU, INSS, FGTS ETC.
Isso está aí há muitos anos e ninguém faz nada para mudar!!!

Até quando vamos aceitar essa roubalheira? Até quando vamos trabalhar para sustentar essa corja de ladrões, safados e corruptos?

Acredito que enquanto o povo não se mobilizar para uma revolução interna ELES continuarão nos fazendo de escravos. Pois para ELES é isso que somos, escravos e muito BUUUUUUURROS!!!
Imagem inline 2

ESTÍMULO À FRAUDE


EDITORIAL - Zero Hora - 24 maio de 2012

Numa das mais rápidas decisões de sua história, e depois de uma tramitação de apenas 12 dias, a Câmara dos Deputados aprovou na última terça-feira projeto de lei que flexibiliza a legislação eleitoral e permite a candidatura de políticos com prestações de contas rejeitadas pela Justiça Eleitoral. Com a iniciativa, os parlamentares tentam transmitir ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sua inconformidade com a mudança de regras decidida menos de um ano antes da eleição, que ameaça deixar muitos deles fora do pleito em outubro, além de atingir correligionários em busca de reeleição. Mas, acima de tudo, os legisladores ajudam a reforçar a percepção da sociedade sobre o quanto o Congresso costuma agir rápido quando os temas em pauta são de interesse direto de seus integrantes.

Em linhas gerais, o texto aprovado agora transforma uma punição rigorosa – a impossibilidade da candidatura – em multa “no valor equivalente ao das irregularidades detectadas, acrescida de 10%”. Contraria assim o entendimento já manifestado em diferentes oportunidades pelo TSE, particularmente na Resolução 23.376, que estabelece: “A decisão que desaprovar as contas de candidato implicará o impedimento de obter a certidão de quitação eleitoral”. O projeto de autoria do deputado Roberto Balestra (PP-GO), porém, argumenta que a simples reprovação de contas não pode implicar o impedimento de um total estimado em 21 mil candidatos. E não vê razão para que sejam impedidos de disputar o voto dos eleitores os políticos cujas contas foram rejeitadas pela Justiça Eleitoral, salvo nos casos em que for “configurada conduta pessoal dolosa de improbidade administrativa”.

Certamente, homens públicos como parlamentares ou prefeitos interessados em disputar a reeleição são mais propensos a se verem às voltas com problemas que em alguns casos fogem ao seu controle. Por isso, é importante que se cerquem sempre do máximo de cuidado em todas as suas decisões, tanto as ligadas a questões financeiras quanto de pessoal. A alternativa para rever esse e outro tipo de inconformidade, porém – como o fato de a mudança já valer para as eleições deste ano –, é o recurso de 18 partidos ao TSE contra a resolução que disciplina as candidaturas e em relação ao qual ainda não houve decisão. Num momento de ênfase à transparência e de cobrança de um padrão mais rigoroso para homens públicos, surpreende a intensidade da pressão contra o Judiciário, por parte tanto de legendas de apoio ao governo quanto de oposição.

A rapidez com que os deputados decidiram alterar as regras para as eleições municipais de outubro, liberando candidatos com prestações de contas rejeitadas pela Justiça Eleitoral, demonstra um corporativismo inaceitável. O exame criterioso dos gastos de campanha é uma salvaguarda do cidadão para não eleger responsáveis por más gestões ou comprometidos com corruptores.

PROMESSAS QUE JAMAIS SERÃO CUMPRIDAS!


BEATRIZ FAGUNDES, O SUL, 24 de Maio de 2012.
Queremos transparência ampla, geral e irrestrita do governo.
Estamos às vésperas de assistir, pela enésima vez, brasileiros com ares de "ungidos"
 e "especiais" se apresentarem com discursos cheios de boníssimas intenções 
pedindo o voto dos brasileiros. A maioria quer ser vereador. Uma parcela de homens
e mulheres com a autoestima em alta se considera capazes de administrar seus 
municípios. Sonham ser prefeitos, e ocuparão milhares de horas prometendo soluções
mágicas para a saúde, educação, segurança pública, meio ambiente etc... Um filme 
antigo e, muitas vezes, com os mesmos velhos candidatos. Uma mesmice de causar 
enjoo cívico. Elegem-se e, depois, com expressões de grande contrição, admitem que
encontraram os cofres vazios e que não poderão cumprir suas tão doces promessas. 
Estou exagerando? O trágico é ouvir de forma criminosa e inconsequente que não 
existe dinheiro! Mentira absurda, basta uma simples conferência nos milhares de 
casos de desvios, propinas, corrupção passiva e ativa que grassam nos três Poderes,
 nas três esferas, União, Estados e municípios. Agora estamos sendo animados com 
a ideia da transparência absoluta. Tudo leva a crer que saberemos os salários de 
todos os funcionários públicos. Hu lá lá! Espetáculo! Agora ficaremos insaciáveis. 
Queremos mais! Transparência ampla, geral e irrestrita. Daí que temos uma área que
 merece mais transparência e tem dinheiro, e como tem!


Existem dez loterias federais: Mega-Sena, Quina, Dupla-Sena, Loteria Instantânea, 
Lotogol, Timemania, Lotomania, Loteria Federal, Loteca e Lotofácil. As Loterias da 
CEF (Caixa Econômica Federal) registraram, em 2011, a maior arrecadação da 
história. Foram 9,73 bilhões de reais em apostas. De acordo com o presidente de
 Fundos de Governo e das Loterias da CEF, Fábio Cleto, o desempenho em 2011 
bateu diversos recordes. O valor arrecadado em 2011 é 16% maior do que o 
registrado em 2010. O prêmio bruto corresponde a 46% da arrecadação, já 
computado o adicional destinado ao Ministério do Esporte. Dessa porcentagem:
35% são distribuídos entre os acertadores da Sena; 20% entre os acertadores da
Quina; 20% entre os acertadores da Quadra; e os 25% restantes são acumulados e
distribuídos aos acertadores dos seis números nos concursos de final zero ou cinco.


O que o governo faz com o restante do dinheiro? Destinação social; 1% é destinado
ao Fundo Nacional da Cultura, 22,4% à Seguridade Social; 9,6% ao Programa de 
Crédito Educativo; 3% ao Fundo Penitenciário Nacional e os 20% restantes cobrem as despesas/lucro da CEF e a remuneração das lotéricas. Em média, 50% da 
arrecadação com as apostas das loterias da instituição são aplicadas anualmente em
16 fontes de destinação, que priorizam as áreas de assistência social, saúde e 
educação, além de esporte. A instituição também patrocina integralmente as atividades
 do esporte paraolímpico brasileiro. Por meio do Fundo Penitenciário, a Caixa apoia a 
construção de presídios e a manutenção de sua infraestrutura. Tudo muito bom, tudo 
muito bem, mas quando, onde e por quem esses recursos são distribuídos? Como 
brasileiro adora apostar e, a CEF sabe disso, por que não destinar uma destas tantas
 loterias especificamente para a saúde, outra para a educação e uma terceira para a 
segurança pública? Com total transparência e aplicação direta no município de acordo
 com o numero de apostas. Parece loucura? Pode ser. Mas o insuportável será ouvir a
 louca cantilena dos candidatos invadindo a minha vida com promessas que jamais
 serão cumpridas!

segunda-feira, maio 21, 2012

Lembram da história do desarmamento ?




Pouco antes do Referendo de 23 de Outubro de 2005, circulou por toda Internet uma notícia dando conta de que, a razão pela qual a Rede Globo apoiava fervorosamente a Campanha de Desarmamento , seria o fato de que essa empresa teria se associado a Glock, fabricante austríaca de pistolas semi-automáticas, para dominar o mercado de segurança privada em todo o País. Com o cidadão proibido de ter armas e com a segurança pública praticamente falida, a Rede Globo criaria uma gigantesca empresa de segurança particular e a Glock por sua vez, forneceria as armas com exclusividade.

Na época, tal idéia parecia absurda! Alguns afirmaram que era um simples boato ou invenção dos defensores do NÃO! Ora, como uma empresa de armas de fogo estrangeira se instalaria em um País cujo Governo estava em franca campanha contra o comércio de armas de fogo?

Pois agora a verdade veio a se confirmar. Acaba de ser inaugurada a Glock do Brasil S.A. na Av. Cidade Jardim, 400 em São Paulo/SP:
Uma distribuidora oficial das pistolas Glock em solobrasileiro. E agora a surpresa; quem teria dado suporte político para mais essa falcatrua? Ele mesmo, o mentor do desarmamento brasileiro, o
senador antiarmas Renan Calheiros!

Renan , segundo notícias que somente agora vazaram, teve a canalhice de, na época em que começaram a fermentar as primeiras propostas de desarmamento, ameaçar a diretoria das Forjas Taurus do Rio Grande do Sul ( maior fabricante de armas leves da América do Sul), com a seguinte proposta criminosa: ele exigia três milhões de reais da empresa para, não apenas engavetar o então projeto do Estatuto do Desarmamento, como continuaria usando as pistolas Taurus nas Forças Nacionais de Segurança.

Como a Taurus recusou-se a fazer tal negociata, Renan Calheiros e sua comparsa Rede Globo levaram a cabo seus planos, iniciando aquela brutal campanha contra o comércio de armas de fogo no Brasil. É verdade que o povo brasileiro não engoliu todas aquelas mentiras e eles acabaram sendo derrotados no Referendo com uma carraspana de 64,93% de NÃO! Hoje está comprovado que tudo era verdade. Aliás, o próprio presidente da Glock do Brasil, Luiz A. Horta declarou:

"... o maior garoto propaganda de nossas armas é o próprio Presidente Lula, pois todos os agentes de segurança do Governo e os homens do Serviço Secreto, tiveram suas pistolas Taurus trocadas por Glocks novinhas em folha".

Se, após tomar conhecimento de mais essa vergonha, você, mesmo não gostando de armas, ficou indignado, repasse o mais possível essa mensagem. Vamos fazer com que todos saibam de mais essa sujeira do " Senador das laranjas" Renan Calheiros !
"Quando todas as armas forem propriedades dos governos ou dos bandidos estes decidirão de quem serão as outras propriedades" - Benjamim Franklin 
"Todos os profetas armados venceram e os desarmados foram destruídos"
- Niccolo Maquiavel

VÍCIOS PRIVADOS, VIRTUDES PÚBLICAS

O ESTADO DE SÃO PAULO, 21 de maio de 2012 | 3h 07
DENIS LERRER ROSENFIELD, PROFESSOR DE FILOSOFIA NA UFRGS.
A Câmara dos Deputados vinha, nos últimos anos, perdendo progressivamente o seu 
protagonismo institucional, cedendo espaço ao Poder Executivo e ao Poder Judiciário. 
Estes Poderes, por sua vez, não hesitaram em preencher o espaço vazio, acentuando
um desequilíbrio propriamente político. Ademais, a Câmara e o Senado vinham se 
enredando em questiúnculas internas, boa parte das quais se traduzindo por disputas 
de cargos e pelas mais distintas formas de fisiologismo, se não de corrupção e desvio
de recursos públicos.

Nesse sentido, é alentador observar dois recentes movimentos que contrarrestam 
essa tendência: a CPI dita do Cachoeira, na verdade, também da empresa Delta e 
dos políticos e governantes por eles envolvidos; e a votação do novo Código Florestal,
com  a Câmara retomando o seu protagonismo, alterando o texto do Senado. 
No passado recente não focriada nenhuma CPI, quer por inação do Poder Legislativo,
quer por clara intromissão do Poder Executivo, temendo qualquer investigação.
 Há, aqui, uma novidade de monta que merece ser ressaltada.

Primeiro, a presidente Dilma não se opôs à criação da CPI, embora não fosse essa 
uma opção propriamente sua. Poderia ter jogado todo o seu poder para torná-la inviável
e não o fez, o que não deixa de ser uma posição propriamente institucional. Segundo,
presidente da Câmara agiu como magistrado, tendo sabido articular e compor as 
forças em presença. Aliás, vale enfatizar que o deputado Marco Maia, em sua carreira
política, não tem nada que o desabone moralmente, o que por si só, na conjuntura atual,
é digno de louvor.

O mundo em geral, e o da política em particular, não é um mundo de anjos. Cada partido
político, ao acolher a ideia de criação da CPI, agiu segundo seus interesses particulares,
acreditando acertar o seu concorrente ou adversário. O PT procura acertar o PSDB por 
meio do governador de Goiás, Marconi Perillo, que não cessa de se contradizer sobre 
suas ligações com o contraventor Carlos Cachoeira. O PSDB procura acertar o PT via 
Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal. Outros ou os mesmos protagonistas 
procuram acertar o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, do PMDB, cada vez 
mais enrolado em sua "amizade" com o dono da Delta, Fernando Cavendish. O blog
do Garotinho aproveita-se da situação para tornar públicas fotos extremamente 
constrangedoras para Cabral.

No meio de tudo isso, aparecem novos dados sobre essa empresa de construção,
cujos tentáculos se estendem por toda a administração pública nos níveis federal,
estadual e  municipal. Uma empresa que cresce vertiginosamente com contratos 
públicos, aproveitando-se de seus mais distintos contatos no Estado, produzindo 
uma espécie de milagre na produção de riqueza. De repente, tudo o que estava 
"escondido" surge  publicamente, pondo a Nação diante de fatos cuja dimensão não
era possível prever.

Independentemente dos interesses particulares em jogo, cada um visando a sua 
satisfação própria, muitos dos quais orientados por vícios privados, partidários, o 
resultado não deixa de ser alentador, pois a divulgação dos desmandos políticos e das 
obscuras relações de um contraventor com políticos e governantes, incluída uma grande 
empresa, exibe esse outro lado de um Brasil que reluta, politicamente, em se 
modernizar. O País é a sexta potência do mundo do ponto de vista de seu PIB, mas 
não pode ostentar, infelizmente, essa marca na moralização da vida pública.

Acontece que esses vícios privados, para utilizar uma expressão de Bernard de 
Mandeville, estão produzindo virtudes públicas, dentre as quais convém ressaltar a 
transparência enfim alcançada das investigações da Polícia Federal, do Ministério 
Público e da própria CPI. Não importa que haja ainda muito por fazer, com o trabalho 
dos deputados se realizando parcialmente em sigilo e em reuniões fechadas. 
Nada como o tempo para dar transparência a atos que relutam em vir a público.

O mais relevante reside em que os vícios privados se estão tornando virtudes públicas,
com o País fazendo uma parte de sua tão necessária faxina ética. O resultado da CPI,
por escusos que possam ter sido para alguns os seus motivos, vai muito além do que 
foi planejado por certos de seus autores, contribuindo decisivamente para a formação 
da opinião pública brasileira.

A reelaboração do projeto de lei do Código Florestal é outro exemplo de uma retomada
do protagonismo legislativo - no caso, da Câmara dos Deputados. Não podemos 
esquecer que o projeto ganhou nova dimensão e abrangência graças ao relatório do 
deputado Aldo Rebelo, indo em seguida para o Senado, onde foi reformulado a partir 
de um acordo suprapartidário, e voltando depois para a Câmara.

Houve um impasse, com alguns defendendo a simples aprovação do texto do Senado,
outros advogando por outra reformulação, na defesa dos pequenos agricultores, que 
não teriam condições de atender a todas as exigências de recomposição das áreas 
de proteção permanente (APPs). Os mal informados andam dizendo que foi uma 
reação do agronegócio, quando para este não faz a menor diferença a recomposição
 de APPs, pois suas áreas são grandes e não perderia com isso. O impacto é maior
 entre os agricultores familiares, os pequenos e médios produtores, para os quais 
alguns metros a mais ou a menos nas margens de rios fazem enorme diferença.

Os deputados foram sensíveis a essa escuta, com o presidente da Câmara se 
comprometendo a pôr o texto em votação, o que alguns mais radicais se recusavam
 a fazer. Terminou valendo o ponto de vista propriamente institucional de uma votação
 necessária, pois o País não pode mais continuar nessa insegurança. A Câmara dos
 Deputados soube, assim, se colocar como protagonista, contribuindo para melhorar 
a sua imagem perante a opinião pública. O Brasil está ganhando com isso.