quinta-feira, maio 24, 2012

PROMESSAS QUE JAMAIS SERÃO CUMPRIDAS!


BEATRIZ FAGUNDES, O SUL, 24 de Maio de 2012.
Queremos transparência ampla, geral e irrestrita do governo.
Estamos às vésperas de assistir, pela enésima vez, brasileiros com ares de "ungidos"
 e "especiais" se apresentarem com discursos cheios de boníssimas intenções 
pedindo o voto dos brasileiros. A maioria quer ser vereador. Uma parcela de homens
e mulheres com a autoestima em alta se considera capazes de administrar seus 
municípios. Sonham ser prefeitos, e ocuparão milhares de horas prometendo soluções
mágicas para a saúde, educação, segurança pública, meio ambiente etc... Um filme 
antigo e, muitas vezes, com os mesmos velhos candidatos. Uma mesmice de causar 
enjoo cívico. Elegem-se e, depois, com expressões de grande contrição, admitem que
encontraram os cofres vazios e que não poderão cumprir suas tão doces promessas. 
Estou exagerando? O trágico é ouvir de forma criminosa e inconsequente que não 
existe dinheiro! Mentira absurda, basta uma simples conferência nos milhares de 
casos de desvios, propinas, corrupção passiva e ativa que grassam nos três Poderes,
 nas três esferas, União, Estados e municípios. Agora estamos sendo animados com 
a ideia da transparência absoluta. Tudo leva a crer que saberemos os salários de 
todos os funcionários públicos. Hu lá lá! Espetáculo! Agora ficaremos insaciáveis. 
Queremos mais! Transparência ampla, geral e irrestrita. Daí que temos uma área que
 merece mais transparência e tem dinheiro, e como tem!


Existem dez loterias federais: Mega-Sena, Quina, Dupla-Sena, Loteria Instantânea, 
Lotogol, Timemania, Lotomania, Loteria Federal, Loteca e Lotofácil. As Loterias da 
CEF (Caixa Econômica Federal) registraram, em 2011, a maior arrecadação da 
história. Foram 9,73 bilhões de reais em apostas. De acordo com o presidente de
 Fundos de Governo e das Loterias da CEF, Fábio Cleto, o desempenho em 2011 
bateu diversos recordes. O valor arrecadado em 2011 é 16% maior do que o 
registrado em 2010. O prêmio bruto corresponde a 46% da arrecadação, já 
computado o adicional destinado ao Ministério do Esporte. Dessa porcentagem:
35% são distribuídos entre os acertadores da Sena; 20% entre os acertadores da
Quina; 20% entre os acertadores da Quadra; e os 25% restantes são acumulados e
distribuídos aos acertadores dos seis números nos concursos de final zero ou cinco.


O que o governo faz com o restante do dinheiro? Destinação social; 1% é destinado
ao Fundo Nacional da Cultura, 22,4% à Seguridade Social; 9,6% ao Programa de 
Crédito Educativo; 3% ao Fundo Penitenciário Nacional e os 20% restantes cobrem as despesas/lucro da CEF e a remuneração das lotéricas. Em média, 50% da 
arrecadação com as apostas das loterias da instituição são aplicadas anualmente em
16 fontes de destinação, que priorizam as áreas de assistência social, saúde e 
educação, além de esporte. A instituição também patrocina integralmente as atividades
 do esporte paraolímpico brasileiro. Por meio do Fundo Penitenciário, a Caixa apoia a 
construção de presídios e a manutenção de sua infraestrutura. Tudo muito bom, tudo 
muito bem, mas quando, onde e por quem esses recursos são distribuídos? Como 
brasileiro adora apostar e, a CEF sabe disso, por que não destinar uma destas tantas
 loterias especificamente para a saúde, outra para a educação e uma terceira para a 
segurança pública? Com total transparência e aplicação direta no município de acordo
 com o numero de apostas. Parece loucura? Pode ser. Mas o insuportável será ouvir a
 louca cantilena dos candidatos invadindo a minha vida com promessas que jamais
 serão cumpridas!

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