sábado, dezembro 15, 2012

Bombeiros do Rio desmentem o secretário da Saúde, que tentou se passar por herói em incêndio



Caiu a máscara – Certa feita, quando a então eleita Dilma Rousseff começava a definir os nomes do seu ministério, o governador Sérgio Cabral Filho, do Rio de Janeiro, foi a Brasília e após encontro coma petista ousou dizer que o ministro da Saúde seria Sérgio Côrtes, que comanda a pasta correlata no governo fluminense. Dilma não deu ouvidos ao pedido e deixou Cabral Filho a ver navios.
De lá para cá, Cabral e Côrtes se dedicaram aos afazeres do governo fluminense, até que no último dia 26 o secretário se viu em apuros quando um incêndio tomou conta do seu apartamento, uma cobertura à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul carioca.
Ex-oficial do Corpo de Bombeiros, Sérgio Côrtes retirou os filhos do apartamento e depois tomou os primeiros procedimentos para combater o fogo que queimava o apartamento, o que lhe rendeu um corte na perna direita. Por se tratar de ocorrência envolvendo uma autoridade, diversas viaturas do Corpo de Bombeiros foram ao local.
As primeiras informações após o acidente davam conta de que o secretário da Saúde foi retirado desacordado do imóvel, devido à inalação de fumaça, e em seguida levado para o Hospital Samaritano, na capital fluminense.
Os bombeiros militares que atenderam à ocorrência desrespeitaram uma norma da corporação, que determina que os socorridos devem ser levados, inicialmente, a um hospital público de referência.
Em entrevista ao jornal Extra, quatro bombeiros dos quartéis envolvidos no socorro desmontaram a versão de que Côrtes estaria desmaiado e teve sua remoção decidida pela família. De acordo com o relato dos bombeiros, que concederam a entrevista sob a condição de anonimato, o secretário Sérgio Côrtes estava lúcido e falando. “Eu estava subindo para a cobertura, encontrei com ele (Côrtes) na escada. Estava descendo sozinho”, afirmou um dos bombeiros.
Outro militar que participou da operação foi mais contundente: “Ele estava acordado, bonitinho. Saiu benzão do prédio, de olho aberto. Vivinho”.
O médico de Côrtes recebeu um telefonema da mulher do secretário e disse que ele fosse levado ao Hospital Samaritano. “A mulher dele me ligou, contou o caso e eu mandei que o trouxessem para o Hospital Samaritano. Ele chegou acordado”, afirmou o médico Fábio Miranda, que assinou o primeiro boletim médico sobre o estado de saúde do secretário.
Trata-se de um caso escandaloso, pois o secretário Sérgio Côrtes obrigou os bombeiros militares a mentirem sobre seu estado de saúde no momento em que foi “resgatado”. Em hipótese alguma os bombeiros descumpririam uma norma da corporação e muito menos inventariam uma história acerca do suposto desmaio de Côrtes.
Considerando o fato de não terem levado a vítima a um hospital público, os bombeiros já estariam detidos não fosse Sérgio Côrtes uma autoridade. Por outro lado, se Sérgio Cabral Filho tivesse um mínimo de responsabilidade e pulso como governante, o secretário já estaria devidamente demitido, pois obrigou os policiais a mentir e desdenhou o serviço público de saúde.
Sérgio Côrtes não é diferente de todos os políticos brasileiros, que exaltam a saúde pública de maneira descontrolada, mas no momento do aperto só querem saber dos caros e badalados hospitais privados.
Em meados de 2006, o então presidente Lula disse que a saúde pública no Brasil estava a um passo da perfeição. Algo que o secretário que sonhou em ser ministro da Saúde provou ser mentira em sua mentirosa fábula de herói de ocasião.
Por outro lado, os brasileiros devem agradecer à presidente Dilma Rousseff por não ter se rendido à conversa fiada do fanfarrão governador do Rio de Janeiro.

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