Luiz Inácio Lula da Silva será um dos principais alvos de processos judiciais, aqui e lá fora, movidos por investidores internacionais de peso da Petrobrás. Reorganizando um movimento para conseguir representação real no Conselho de Administração da empresa, os acionistas querem responsabilizar Lula pela propaganda enganosa sobre “a Arábia Saudita em que o Brasil se transformaria, em breve, com a exploração de petróleo e gás de alta qualidade na camada pré-sal”.
Cansados de perdas com desvalorização de ações, investidores se sentem lesados e enganados pelas promessas feitas por Lula sobre investimentos imediatos no pré-sal – que agora se tornam inviáveis por problemas de caixa da Petrobrás. Por isso, já preparam ações na corte de Nova York e no judiciário brasileiro contra dirigentes da Petrobrás e do governo brasileiro – o acionista majoritário que interfere nas decisões estratégicas da petrolífera estatal de economia mista que é um dos símbolos do capimunismo tupiniquim.
Ontem, no mercado repleto de bravatas e boatos, investidores de fora do Brasil lançaram no ar uma ameaça. Pretendem revelar, em tribunais lá de fora, que lobistas (se passando por membros do alto escalão do governo Lula-Dilma e por supostos assessores da direção da Petrobrás) tentaram auferir vantagens indevidas na formação de parcerias para explorar o pré-sal. Segundo empresários do setor de óleo & gás, também pequenos acionistas da Petrobrás, lhes foram oferecidas participações em empreendimentos, com uma condição considerada incomum e mafiosa: “cinco por cento deve ter a participação do Senhor X”.
Os investidores internacionais não falam abertamente. Mas afirmam ter uma ideia bem concreta de quem seria o tal “Senhor X” em nome do qual lobistas condicionavam a participação nos futuros empreendimentos, para que tudo fosse viabilizado. Investidores confidenciam que o grupo do “Senhor X” também sugeria que a joint venture para o promissor negócio no pré-sal também deveria contar com a participação de uma petrolífera europeia que já é parceira da Petrobrás em vários campos de exploração fora do pré-sal. Sabe-se que pelo menos dois altos dirigentes do PT têm íntimas relações com tal empresa, na qual a família do “Senhor X” também teria uma participação acionária dispersa, inferior a 4%, para não chamar a atenção do mercado.
Os investidores já deixam claro que o “Senhor X” não é Eike Batista – que também tem empresa petrolífera e que gosta de usar a letra X em seus negócios. O “Senhor X” é um personagem com influência direta no governo brasileiro, ditando regras na Petrobrás desde a gestão de José Sérgio Gabrielli. Por isso, os investidores preparam ações judiciais para que seja feita uma auditoria independente em todos os contratos da estatal – principalmente naqueles ligados ao pré-sal. Além das suspeitas de superfaturamento, prejudicando o caixa da companhia e seus resultados, uma investigação sobre empresas parceiras pode revelar como funciona o grupo do “Senhor X”.
Um investidor ouvido pelo Alerta Total garante que se trata de um esquema de “delinquência generalizada” mexendo com um volume muito maior de dinheiro que o famoso escândalo do Mensalão que condenou a cúpula petista. Por isso, investidores sugerem que um dos alvos da auditoria internacional, feita a pedido da Justiça de Nova York, seja a PFICo (Petrobras International Finance Co) que é uma das grandes caixas-pretas no sistema Petrobrás.
O presidente da PFICo é Almir Guilmerme Barbassa, que também é o diretor financeiro da Petrobras desde a gestão de Gabrielli – apadrinhado de Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que é presidente do Conselho de Administração da Petrobrás – sucedendo a Dilma Rousseff. Investidores querem saber como acontece a rolagem diária de dívidas da Petrobrás com bancos internacionais, para formar caixa – trabalho que é feito por Barbassa.
Em essência, investidores daqui e de fora querem que a Petrobrás comece, de fato, a funcionar de acordo com um sistema transparente e honesto de governança corporativa. Por isso, alguns investidores ainda apostam na capacidade da presidente da Petrobrás, Maria das Graças Foster. Na visão deles, como empregada de carreira da Petrobrás e engenheira de alto gabarito, Graça não teria envolvimento com o time de Gabrielli, Mantega e, por extensão, Lula e sua sombra José Dirceu. Tanto Graça como Dilma, se tivessem condições políticas, entregariam a diretoria financeira da empresa a alguém da confiança de ambas.
Graça também tem prestígio internacional porque seu marido, Colin Foster, é o dirigente máximo da Maçonaria inglesa no Brasil. O “Irmão” Colin é Grão-Mestre Distrital da Divisão Norte da Grande Loja Unida da Inglaterra, cujo “Grand Master” é o Príncipe Edward George Nicholas Paul Patrick – primo da Rainha Elisabeth. Quem comanda a Grande Loja Unida da Inglaterra, junto com o príncipe, é Peter Lowndes membro do Royal Institution of Chartered Surveyors (RICS). O prestigiado maçom Colin também é dono de uma empresa de componentes eletrônicos, a C Foster Serviços e Equipamentos, que atua na área de petróleo e gás.
O grupo de Lula-Dirceu não tolera Graça e teme o poder de influência de Foster.Tanto que, em 2004, quando José Dirceu reinava na Casa Civil de Lula, recebeu uma “denúncia” contra Graça, na época gerente do Cenpes (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobras). Graça foi acusada de favorecer a empresa do marido Colin. Dirceu cobrou explicações oficiais a Dilma Rousseff, então ministra das Minas e Energia de Lula e grande amiga pessoal da “acusada” pelo Poderoso Zé. A Petrobrás informou que a comissão constituída para apurar a denúncia “não encontrou provas de má-fé ou intuito de auferir vantagens financeiras", e “não ficou caracterizada a existência de prática de crime ou improbidade administrativa” cometida por Maria das Graças Foster.
Caso se confirme a informação divulgada ontem pelo Alerta Total de que a revista Veja vai divulgar mais detalhes escabrosos sobre a compra de uma refinaria tecnologicamente ultrapassada pela Petrobrás, em Pasadena (Texas, EUA), a coisa deve ficar mais preta que petróleo para o time de Lula. E o óleo pode esquentar ainda mais se investidores irados conseguirem provar quem é o tal "Senhor X" e como funciona o esquema mafioso dele contra os interesses corporativos da Petrobrás.
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