da cúpula petista sobre o alto risco de seu nome ser envolvido, de
forma comprometedora, nas investigações da Operação Lava Jato,
principalmente nos negócios superfaturados envolvendo a refinaria
Abreu e Lima, em Pernambuco. A queda do avião que matou o
presidenciável socialista foi a gota d´água para Paulo Roberto Costa,
ex-diretor de abastecimento da Petrobras, decidir contar tudo que sabe
na delação premiada aos investigadores da Operação Lava Jato.Também ameaçados, Paulo Roberto e seus familiares temiam o mesmo
destino fatal de Campos. Preso desde março na Polícia Federal no Paraná,
Paulo Roberto soube de uma informação assustadora sobre o “acidente”.
Um dia antes da queda mortal em Santos, dois homens fizeram uma
“manutenção” na aeronave. O fato gravíssimo é que a Aeronáutica e a
segurança da Infraero no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro,
não têm a identificação dos dois “técnicos”.Ao saber que a estranha ocorrência era investigada pela FAB, indicando
que a morte de Eduardo Campos pudesse não ser tão acidental quanto
parecia, Paulo Roberto resolveu mudar sua estratégia de defesa e contou
tudo que sabia ao Ministério Público Federal e ao juiz Sérgio Fernando
Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba. O nome de Eduardo Campos,
inclusive, foi um dos citados nos problemas ligados à refinaria Abreu e
Lima. Como bem reclamou a alarmada candidata Marina Silva, Paulo
Roberto causou uma “segunda morte” de Eduardo Campos.O domingão foi de pânico por causa da delação premiada de Paulo
Roberto Costa. O ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou ontem
de manhã à Brasília para uma “reunião de emergência”. Lula se deslocou
no jatinho da empreiteira Andrade Gutierrez que costuma usar em seus
deslocamentos. O fato coincide com o momento fatal em que a Lava Jato,
a partir do que Paulo Roberto delatou, começa a centrar fogo nos negócios
das grandes empreiteiras – principalmente com a Petrobras. As grandes
construtoras, inclusive, passaram o recibo de montar um inédito “pool”
para a uma estratégia comum de defesa – já que teriam sido formalmente
denunciadas, com provas, sobre pagamentos de propinas milionárias.
As construtoras Camargo Corrêa, Odebrecht, OAS e Mendes Júnior, entre
outras menos votadas e tradicionais doadoras de campanhas eleitorais,
estão na mira do Ministério Público Federal e da Justiça.O 7 de setembro foi um dia terrível para quem já sabe ter sido dedurado
pelo arquivo-vivo Paulo Roberto Costa. Embora não se saiba que tenha
sido formalmente citado pelo ex-diretor de abastecimento da Petrobras,
Lula ficou tão preocupado quanto irritado, e já deu ordens para o governo
adotar uma linha ofensiva de discurso. A missão é quase impossível para
Dilma Rousseff que ontem estava abatida porque sabe não ter mais
condições políticas de manter sua amiga Maria das Graças Foster na
presidência da Petrobras. Dilma deve receber de Graça, o mais urgente
possível, o “pedido para sair”, provavelmente junto com toda a diretoria
da estatal de economia mista.A turma do Palácio do Planalto, que só sabe de tudo quando convém, foi
informada de que Paulo Roberto não poupou ninguém. Tanto que sua
delação premiada, respaldada na Lei 9.807, de 1999, agora considerada
mais uma herança maldita da Era FHC, pode render a Paulo Roberto até
um inesperado “perdão judicial”. Se suas informações realmente
permitirem a identificação dos membros da organização criminosa e
facilitarem a recuperação total ou parcial dos milhões ou bilhões de reais
desviados pelo esquema da Lava Jato, Paulo Roberto pode entrar no
programa de proteção a testemunhas. Assim, legalmente, mudaria de
nome e sairia do Brasil.O acordo de delação premiada firmado por Paulo Roberto Costa com a
Justiça terá de ser homologado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo
Tribunal Federal, que cuida já de três ações ligadas à Lava Jato que
envolvem políticos e autoridades com direito a foro privilegiado.
A tendência de Zavaskci, sem muita alternativa, é pela ratificação do
acordo. Em maio, o ministro chegou a conceder um habeas corpus
libertando 12 presos na Lava Jato, inclusive Paulo Roberto.
Mas foi obrigado a voltar atrás, sob o argumento de que os suspeitos
poderiam fugir. Como os investigadores encontraram uma conta corrente
de Paulo Roberto na Suíça, o juiz Sérgio Moro teve um argumento legal
para fazê-lo retornar à cadeia.Paulo Roberto Costa afundou o PTitanic. Agora, como diz um amigo,
restam duas classes no Brasil, que aguardam os próximos acontecimentos:
Lula da Silva rumo à reunião de emergência: pertence à empreiteira
Andrade Gutierrez, mas Lula sempre viaja nele..._____________________________________________
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