sexta-feira, fevereiro 06, 2015

Compra de roupa de cama de cetim e toalhas de algodão egípcio irrita Sartori

Compra de roupa de cama de cetim e toalhas de algodão egípcio irrita Sartori Alessandra Rech/Pioneiro/Agência RBS
Residência oficial do governo gaúcho na Serra fica na cidade de CanelaFoto: Alessandra Rech/Pioneiro / Agência RBS

Governador determinou suspensão imediata do pregão e afastou temporariamente chefe administrativo da Casa Militar, que havia ordenado a medida

A iniciativa da Casa Militar de fazer licitação para compra de um luxuoso enxoval de cama, mesa e banho destinado ao Palácio das Hortênsias, em Canela, irritou o governador José Ivo Sartori. O peemedebista foi informado sobre o episódio por assessores na noite de quarta-feira, quando ainda estava em seu gabinete no Palácio Piratini. Imediatamente, determinou a suspensão do pregão.
– Podem afastar quem pediu. Não quero essas coisas – reagiu Sartori, que fez a campanha eleitoral baseada na imagem do gringo simples de Caxias do Sul.

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O chefe administrativo da Casa Militar, tenente-coronel Jair Euclesio Ely, que assina o documento, foi temporariamente afastado pelo governo. Nesta quinta-feira, em entrevista à Rádio Guaíba, o governador afirmou que a pessoa responsável pela ideia foi "ingênua".
– A pessoa fez isso mais por ingenuidade do que por maldade. Mandei suspender tudo e acabar com a brincadeira de quem tinha feito isso. Tem que ter paciência, muita tolerância – afirmou.
O governador demonstrou contrariedade com o caso porque tem tentado marcar a sua gestão pela austeridade e por fazer "um governo simples", como já declarou em reiteradas oportunidades. Desde o início do ano, Sartori ainda não retirou nenhuma diária por conta das suas viagens e restringiu o uso da escolta pessoal a qual tem direito, além de voltar atrás e desistir de receber reajuste salarial.
A Casa Militar não se manifestou oficialmente sobre o caso, e o governo garante que fará apuração interna para esclarecer se a ideia de adquirir lençóis de cetim e toalhas de algodão egípcio, entre outros itens, partiu mesmo do tenente-coronel Euclesio Ely.
Nos bastidores do Piratini, o episódio é atribuído a um erro administrativo. A Casa Militar tem como hábito revisar as condições das instalações oficiais do governo (o Palácio das Hortênsias é a residência oficial do governador na Serra) quando assume uma nova gestão. Nesse processo, que inclui a manutenção do mobiliário, pintura de paredes e troca de carpetes, um funcionário da área administrativa teria solicitado orçamento a uma loja de Gramado como referência para a aquisição de toalhas, travesseiros, fronhas e roupões. O preço total, que soma cerca de R$ 8 mil, e as especificações de cores e qualidade dos itens teriam sido inclusas na lista pela própria loja.
– A pessoa que pediu o orçamento não colocou essas especificações, apenas recebeu o retorno da loja e encaminhou para a central de compras. Não foi algo intencional. Foi excesso de proatividade – explica um assessor do governo.
Não é a primeira vez que uma compra governamental provoca polêmica no Estado. No governo Alceu Collares (1991-1994), a oposição aproveitou uma reforma em um banheiro do Piratini para criticar a administração. No mandato de Yeda Crusius (2007-2010), a controvérsia envolveu a aquisição de móveis, entre eles pufe verde-kiwi, para a residência particular da governadora.
Confira a lista completa abaixo e o documento sobre a dispensa de licitação para a aquisição do material:

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