Existe receio com a relação de proximidade do ex-presidente da Câmara com o núcleo duro do Palácio do Planalto
Auxiliares e assessores do Palácio do Planalto estão tensos com a prisão do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ocorrida nesta quarta-feira (19), já que o episódio aumenta as chances do peemedebista fazer um acordo de delação premiada para deixar a cadeia. A prisão preventiva foi decretada pelo juiz Sergio Moro.
Segundo a Folha de São Paulo, para o governo federal, antes da prisão, o risco de um acordo com o Ministério Público e a Justiça Federal era pequena. No entanto, com o despacho do juiz Sergio Moro, a situação mudou e a possibilidade tornou-se real.
Aliados de Michel Temer não acreditam que o Cunha tenha elementos para comprometer o presidente em uma eventual delação, demonstra, contudo, receio com a relação de proximidade do ex-presidente da Câmara com o núcleo duro do Palácio do Planalto.
De acordo com um auxiliar presidencial, o que causa apreensão é o fato de "Eduardo Cunha ser incontrolável" e ter criticado publicamente nas últimas semanas o secretário-executivo Moreira Franco, um dos aliados mais próximos de Temer.
Na avaliação do governo, caso Cunha aceite fazer a delação premiada, Moreira deve ser seu primeiro alvo.
Pensando em uma eventual retaliação de Cunha, o Planalto ordenou que ministros evitem fazer comentários ou declarações públicas sobre a prisão do ex-parlamentar.
Deputados federais aliados de Cunha também avaliam que a probabilidade de um acordo de delação é grande. Segundo eles, o peemedebista foi pego de surpresa com a prisão.
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