As famigeradas emendas ao orçamento da União conseguem transformar um deputado federal num simples vereador despachante, pois cada parlamentar (incluindo senadores) no Congresso Nacional tem direito a receber e distribuir R$ 15 milhões por exercício. Acontece que o dinheiro das emendas - quase R$ 9 bilhões - é fundamental para a reeleição dos congressistas, que assim ficam reféns do presidente de plantão, enfraquecendo o Poder Legislativo, cuja principal atribuição é fiscalizar os atos do governo federal. Quando o presidente da República encontra resistência no Congresso Nacional para ter aprovadas medidas que, muitas vezes, provocam prejuízos à população, simplesmente ameaça suspender a liberação de recursos oriundos de emendas ao orçamento. Mesmo diante de tal humilhação, como ser obrigado a votar contra a aprovação da Emenda 29, que garantiria recursos específicos para a saúde, os congressistas continuam disputando o dinheiro das emendas, moeda mais valiosa no mercado eleitoral.
Não é por acaso que, num período de dez anos, a saúde no Brasil tenha perdido quase R$ 61 bilhões do orçamento da União, transferindo-se recursos para a área social, ampliando o número e pagando mais, por exemplo, aos beneficiários da Bolsa Família. Por isso, a saúde dos brasileiros anda mal, ao contrário do vigor eleitoral dos políticos e governantes, cada vez mais vitaminado.
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