Rogério Teixeira Brodbeck/Jornalista, advogado e coronel da reserva da Brigada Militar
- Jornal da Lei, Jornal do Comércio, 13/03/2012, Gazeta do Sul, 29/04/2011.
Acho que nunca se viu, leu ou ouviu falar-se em corrupção, com todas as suas moda-
lidades, como nesses últimos tempos no País. Liderado pelo “mensalão”, tivemos
figuras impagáveis nesse setor, sendo o do “dólar na cueca” emblemático, para
dizer o menos. Seguem-se editais de licitações viciados, nepotismos para inglês
ver, lavagens de dinheiro, laranjas, bergamotas, comissões, sobras de campanha.
Perto de tudo isso, o famoso “do cafezinho” ou “da cervejinha” é, com o perdão
do infame trocadilho, café pequeno.
A velha “mordida” evoluiu, ganhou ares professorais, subiu de tom, aventurou-se a
voos maiores. Mas, como dizia o interlocutor ao cara aquele que dizia que tinha um
“fuca” embandeirado (tala larga, toca-fitas, surdina Kadron, volante esportivo,
palanca de bola): “mas ainda é fuca, meu...”. Ou seja, mordida é mordida,
independe do valor, do mordedor, de quem corrompe. E ponto.
viria a combater a corrupção. Segundo esses, tais categorias de servidores, das
obrigado, notadamente as de outros poderes e/ou nível como os federais,
por exemplo) o fato de ganhar salário correto diminuiria os eventuais desvios de
conduta. Ledo engano. A repulsa à corrupção depende muito mais da formação
familiar, educacional do servidor do que o salário que recebe. Claro que
quando a fome ou a saúde dos barrigudinhos em casa piorar ou apertar, nunca se
saberá a reação do provedor. Todavia, se for uma pessoa de bom caráter e de boa
haverá desvios de conduta.
presos por corrupção, por exemplo, atestam bem isso. Nada disso, porém,
e devem ser pagos. Porque representam a retribuição do Estado a carreiras típicas,
imprescindíveis, pois, à segurança e à educação, casos dos policiais e dos membros
do magistério, apenas para citar dois dos mais ilustres primos pobres que
figuram nessa galeria, esses servidores precisam ter a segurança econômica
assegurada porque lidam com a vida, com a saúde e com os filhos dos cidadãos e
sua evolução educacional.
Salário digno é isso, a contrapartida do Estado a quem, por, ele, Estado, se dedica
e que deve, por isso mesmo, deixar de ser vizinho da marginalidade, .....
entre outros aspectos.
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