quarta-feira, junho 20, 2012

JUIZ DIZ AO CNJ QUE CACHOEIRA SABIA DA OPERAÇÃO DA DF



ZERO HORA ONLINE - AGÊNCIA ESTADO. 20/06/2012

Ameaças em Goiás - Segundo o magistrado grupo tinha recebeu informações um mês antes da Operação Monte Carlo

O juiz substituto da 11.ª Vara da Justiça Federal em Goiânia, Paulo Augusto Moreira Lima, afirmou em depoimento ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que o grupo do contraventor Carlos 
Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, sabia das investigações da Polícia Federal um mês antes de a Operação Monte Carlo ser deflagrada, em 29 de fevereiro. O magistrado pediu afastamento 
do caso alegando ser vítima de ameaças de morte.

De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, ele disse no depoimento à Corregedoria do conselho que, após o vazamento dos dados sigilosos, a organização tentou neutralizar a ação 
dos órgãos investigadores e da Justiça. Moreira Lima contou que o grupo teve notícia de qual o magistrado que cuidava do caso, do nome da operação e da lista de investigados, bem como de que haveria mandados de busca e prisão sendo analisados pela Justiça.

Ainda de acordo com Moreira Lima, o grupo de Cachoeira também foi informado de detalhes de 
sua rotina e de que ele estava trabalhando quase que exclusivamente na elaboração de 
decisões contra o esquema ilegal de jogos de azar em Goiás. Num diálogo, citado pelo 
magistrado no depoimento, Olímpio Queiroga, apontado como número dois da máfia dos caça-níqueis, fala com Cachoeira sobre as investigações e sugere uma retaliação: "Muita gente do 
nosso negócio tá. Nós temos que tomar alguma providência", alerta. "Temos que fazer a nossa parte, entendeu? Ir pra cima (de) todo mundo", acrescentou.

O CNJ foi chamado a interceder na Justiça Federal em Goiás em razão das suspeitas de que o telefone do juiz titular da 11.ª Vara, Leão Aparecido Alves, foi grampeado por ordem de Moreira Lima, que comandava, como substituto, o processo da Operação Monte Carlo. Leão entrou com uma representação contra Moreira Lima na Corregedoria-Geral do Tribunal Regional Federal da
1.ª Região (TRF-1). O CNJ, então, foi acionado par tentar resolver a contenda entre os juízes.

Segundo apuração do CNJ, o telefone Leão estava, de fato, no rol das escutas porque sua 
mulher, Maria do Carmo Alves, teria conversado com pessoas que estavam sob investigação no caso dos jogos ilegais em Goiás.


 ZERO HORA 20/06/2012

CASO CACHOEIRA


Magistrado ameaçado é substituído pela Justiça


O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, classificou como caso de “gravidade incomum” as ameaças veladas que tiraram o juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima
do comando do processo contra Carlos Cachoeira e a exploração de jogos ilegais. Ontem, o juiz federal Alderico Rocha Santos, de Goiânia, foi designado para conduzir o processo originado das investigações sobre o bicheiro.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu investigação do caso e ouvirá hoje o relato de 
Moreira Lima. A corregedora Nacional de Justiça, Eliana Calmon, quer saber se o Tribunal 
Regional Federal da 1ª Região negligenciou a situação relatada pelo juiz Moreira Lima.

– É um caso de gravidade incomum. Na linguagem jurídica, (é um caso) de gravidade qualificada
   – afirmou Britto.

Demóstenes dividiu voo com Cachoeira

Já a CPI do Cachoeira recebeu do Ministério da Justiça documentos que indicam que o senador goiano Demóstenes Torres (ex-DEM) viajou para os Estados Unidos no mesmo voo que o bicheiro.

A comissão solicitou todos os voos internacionais de 2001 a 2012 feitos por Cachoeira, 
Demóstenes e a mulher do senador, Flávia Torres. Em 26 de janeiro do ano passado, os três embarcaram no voo JJ 8042 com destino aos EUA.

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