quarta-feira, agosto 15, 2012

SALÁRIOS OCULTOS




ZERO HORA 14 de agosto de 2012 | N° 17161

CNJ pede explicações a três tribunais do RS. As Cortes têm cinco dias para justificar 
por que não divulgam dados da folha


O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pediu explicações a tribunais do país – três deles do 
Rio Grande do Sul – sobre os motivos de estarem descumprindo resolução que prevê a 
publicação de relação nominal dos salários. Foram intimados o Tribunal de Justiça Militar 
(TJM), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região(TRT4).

Segundo o conselheiro e ouvidor do CNJ, Wellington Saraiva, muitos tribunais fizeram contato 
para explicar dificuldades técnicas para o cumprimento da resolução. Com isso, ganharam 
prazo ou até ajuda para se adequar. Mas os tribunais do RS agora notificados não teriam feito 
nenhum contato. O prazo para dar as explicações é de cinco dias. Se for constatado que houve
 intenção de descumprir a determinação, os responsáveis podem ser punidos.

Situação do TJ será analisada pelo plenário do Conselho

Conforme o secretário da presidência do TJM, Gilnei Rocha, a Corte fez a publicação dos 
dados nos mesmos moldes que o Tribunal de Justiça (TJ), levando em conta a vedação que 
uma lei estadual faz de que se divulgue nomes. Ele disse que a decisão será comunicada ao 
CNJ e que, se houver mudança na regra usada pelo TJ, a Corte a seguirá.

Já o TRE chegou a divulgar os dados completos no dia 19 de julho, mas foi obrigado a tirá-los 
do ar cerca de três horas depois por conta de liminar ganha pelo Sindicato dos Trabalhadores 
da Justiça Federal (Sintrajufe). O TRE recorreu e, ontem, conseguiu derrubar a liminar. 
A promessa é de que os dados seriam recolocados no site nas próximas horas.

A assessoria do TRT4 explicou que houve dificuldades técnicas para adaptar as informações da
folha de pagamento ao que o CNJ exigia. Os dados estão publicados, mas sem os nomes e 
sem outros detalhes sobre os pagamentos. O material teve que ser refeito e deve estar divulgado
 até o dia 15.

Em relação ao TJ, que fez a publicação sem os nomes sob o argumento de que uma lei estadual
proíbe as identificações, o caso será levado a julgamento do plenário no CNJ na próxima semana.
Saraiva explicou que é necessário analisar o impasse que existe a partir do conflito entre leis:

– É preciso fazer análise aprofundada para ver o que prevalece.

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