segunda-feira, outubro 26, 2015

Agência de publicidade está na mira da Lava Jato


Empresa de propaganda teve crescimento de 94% durante o primeiro mandato da presidente Dilma

Descrição: http://www.diariosp.com.br/diariosaopaulo/upload/noticia/9429paulo_01.jpg
Ex-ministro Paulo Bernardo e a senadora Gleisi Hoffmann, ambos do PT do Paraná / Divulgação

Por: Diário de S. Paulo
Uma agência de publicidade  de Curitiba (PR), que possui contratos milionários com empresas do governo, está na mira da Operação Lava Jato. A força-tarefa que investiga os desvios bilionários na Petrobras procura comprovar que o crescimento de 94% nos valores dos contratos da  Heads Propaganda com empresas da União só aconteceu porque ela fazia parte do esquema. 
Do total de  R$ 138 milhões  em contratos no ano de 2010, a Heads fechou 2014 com contas que chegavam a  R$ 722 milhões. Entre os cliente estão justamente a Petrobras e a Caixa Econômica Federal.
No ano passado, o deputado cassado André Vargas (PT) relacionou o presidente da Heads,  Claudio Loureiro, a Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann. Ele é ex-ministro dos governos Lula e Dilma e ela, senadora. Ambos são casados e filiados ao  PT. A agência já foi relacionada, mais de uma vez, na imprensa com petistas.
Em maio deste ano,  a “Época” informou que a agência seria a próxima a entrar no alvo dos procuradores e policiais federais. Isso porque o ex-diretor-geral de outra agência, a Borghi Lowe, foi acusado de destinar 10% dos valor dos contratos de publicidade da Caixa para empresas de fachada de Vargas e do irmão dele, Leon. O executivo é Ricardo Hoffmann, primo de Gleisi. Ele está preso em Curitiba. André Vargas perdeu o mandato em dezembro de 2014 e também está detido desde abril.
Para a Polícia Federal, a Heads teria usado do mesmo artifício (propinas) para conseguir contratos milionários com a Caixa (R$ 560 milhões devididos entre três agências) e a Petrobras (R$ 330 milhões, também divididos com outras duas empresas). A Heads possui ainda contas com duas empresas envolvidas no escândalo de corrupção apurado pela Lava Jato: a Sete Brasil e a Andrade Gutierrez. Nos últimos anos, a Heads, juntamente com a Borghi e outras duas agências, dividiram contrato de R$ 1 bilhão da Caixa. A lista de clientes não para por aí. No governo federal a Helds prestou serviço também para o Ministério do Trabalho e para a Embrapa.
Heads volta a negar qualquer envolvimento com corrupção
A Heads Propaganda negou, ontem, qualquer envolvimento com esquemas de corrupção. Segundo a empresa, a única citação na Lava Jato ocorreu em matéria da revista “Veja”, em abril de 2014. O mesmo veículo publicou, na edição seguinte, uma carta do presidente da empresa, Cláudio Loureiro, desmentindo a acusação.
Sobre o crescimento de 94% no primeiro mandato de Dilma Rousseff, a Heads explica que é devido, principalmente, a conquista da conta da Caixa, em março de 2013. “É importante esclarecer que, ao longo de seus 26 de anos de história, a Heads Propaganda participou de 55 licitações públicas e ganhou apenas quatro do governo, sendo a Caixa uma delas. A Heads tem hoje 29 clientes, sendo 27 do setor privado e dois do setor público”, diz a nota.
Numa representação movida em 2013 pelo então deputado federal Walter Feldman (PSB-SP), o TCU (Tribunal de Contas da União) apurou possíveis irregularidades nos contratos e licitações da agência com órgãos e entidades da administração pública. Em 2014 o TCU também investigou contratos da agência com o Ministério do Trabalho. Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo informaram conhecer Claudio Loureiro e a Heads, por serem paranaenses, mas disseram desconhecer os contratos que a agência mantém com o governo e tampouco possuem relação com os negócios dele.
Reputação:
“Em 26 de anos de história, a Heads participou de 55 licitações públicas e ganhou só 4 do governo”
Assessoria de imprensa da  Heads Propaganda

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