De acordo com a publicação, a partir do acordo, ele teria feito revelações importantes sobre a corrupção nos meios político e empresarial.
SÃO PAULO - Após a informação de que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) será solto com uma decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo, o jornal O Globo afirmou que a liberação do político ocorreu após ele aceitar realizar um acordo de delação premiada com o Grupo de Trabalho da Procuradoria-Geral da República encarregado das investigações de políticos envolvidos nas fraudes em contratos entre empreiteiras e outras grandes empresas com a Petrobras.
De acordo com a publicação, a partir do acordo, ele teria feito revelações importantes sobre a corrupção nos meios político e empresarial. "Seriam informações que colocariam a Lava Jato num patamar ainda mais elevado. Delcídio sempre teve bom trânsito entre políticos dos mais diversos matizes ideológicos", diz o jornal.
A informação da soltura do petista já havia sido anunciada mais cedo, mas o jornal O Globo é o único que cita esta condição relacionada à delação premiada. Zavascki determinou recolhimento domiciliar no período noturno e dias de folga, enquanto no pleno exercício do mandato de senador, o que permite que Delcídio compareça normalmente às sessões do Senado.
Em sua decisão, o ministro considerou ser “inquestionável” que o “quadro fático é bem distinto” daquele que possibilitou a prisão. “Os atos de investigação em relação aos quais o senador poderia interferir, especialmente a delação premiada de Nestor Cerveró, já foram efetivados. E o Ministério Público já ofereceu denúncia contra o agravante. Assim, conforme reconhece expressamente a manifestação do Ministério Público, a medida extrema já não se faz indispensável, podendo ser eficazmente substituída por outras medidas alternativas”, escreveu o ministro em seu despacho.
Caso afastado ou cassado do cargo, Delcídio deverá ficar em recolhimento domiciliar integral até nova demonstração de ocupação lícita. Além disso, o petista deverá comparecer a cada 15 dias perante a Justiça, bem como a todos os atos do processo, caso requisitado. Ele ainda está proibido de deixar o país - o passaporte do petista deverá ser entregue em até 48 horas.
Advogado nega delação
O advogado Luís Henrique Machado, que defende o senador, espera que seu cliente seja solto ainda hoje, mas devido a questões burocráticas, o senador pode ser libertado só amanhã.
"Depende só do Supremo. Supremo já demorou um dia. Supremo às vezes emite na mesma hora. A gente teve a informação aqui que o fax não está funcionando. Estou tentando procedimento via e-mail. Vou voltar para o Supremo agora. Vou ficar indo e voltando. Se tivesse fax, a comunicação seria via fax, seria fácil. Se não quiserem fazer por e-mail, porque o Supremo é que manda, terá que vir um oficial de justiça com alvará", afirmou.
O advogado negou ainda que Delcídio tenha feito acordo de delação premiada: "Nem passa pela cabeça do senador".
Fonte: infomoney
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