Contratos de fornecimento de tubos para a Petrobras são alvos de nova fase da operação "lava jato", que investiga um esquema de corrupção na estatal. Nesta terça-feira (24/5), estão sendo cumpridos dois mandados de prisão preventiva, nove de condução coercitiva, além de mandados de busca e apreensão.
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal divergem quanto à quantidade de buscas e apreensões. A PF divulgou que são 28 mandados. Já o MPF divulgou que são 16 mandados de busca e apreensão.
De acordo com o Ministério Público, os alvos dos mandados são grandes empresas fornecedoras de tubos para a estatal, incluindo alguns de seus executivos e sócios, um escritório de advocacia utilizado para o repasse de dinheiro, dois funcionários da Petrobras e operadores financeiros.
As investigações estão relacionadas ao esquema de corrupção e lavagem de ativos decorrentes de contratos firmados com a Petrobras. "Trata-se da apreciação de vários contratos e correspondentes repasses de valores não devidos entre empresas contratantes da Petrobras, funcionários da estatal e agentes públicos e políticos", diz nota divulgada pela PF.
Segundo o Ministério Público Federal, as investigações identificaram que uma construtora de fachada foi utilizada para viabilizar o pagamento de propina em diversos esquemas criminosos investigados na operação "lava jato", mediante contratos falsos. Segundo o MPF, os valores da propina ultrapassam R$ 40 milhões a partir de contratos que totalizam mais de R$ 5 bilhões. O pagamentos teriam sido feitos entre 2009 e 2013.
Os fatos foram apontados inicialmente por réus colaboradores, que também pagaram propina à Diretoria de Serviços da Petrobras por meio da empresa investigada. Conforme o MPF, após investigações foi confirmada que a propina tinha origem em uma grande fornecedora de tubos para a Petrobras. Os sócios da construtora de fachada tiveram sua prisão preventiva decretada pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Outra grande fornecedora de tubos para a Petrobras também é alvo da operação desta terça, em razão de fortes suspeitas de que tenham pago propina a partir de seus contratos na Diretoria de Serviços. Segundo o MPF, para ocultar os rastros da propina, a empresa utilizou-se de transferências no exterior para uma offshore controlada por operador financeiro.
O Ministério Público afirma que há fortes indicativos da participação do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e do ex-diretor de Engenharia da Petrobras, Renato Duque, nos ilícitos. Ambos já foram recentemente condenados em ações decorrentes da operação "lava jato".
Esta é a segunda fase consecutiva da "lava jato" nesta semana. Nesta segunda-feira (23/5) o ex-tesoureiro do Partido Progressista João Cláudio Genu foi preso preventivamente. De acordo com a acusação, Genu seria responsável por receber valores em espécie e repassá-los ao ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa. Além disso, Genu seria o beneficiário de até 5% da propina que era paga em razão dos contratos firmados com a Diretoria de Abastecimento da Petrobras.
Com informações das Assessorias de Imprensa do MPF e Polícia Federal.
Por: Consultor Jurídico
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