A Índia acaba de testar seu módulo espacial reusável - uma nave de 1.75t que, a semelhança dos ônibus espaciais, pode orbitar a Terra e retornar para ser utilizada em outras missões, reduzindo drasticamente os custos.
O valor total do programa indiano, que compreendeu 5 anos de pesquisas dos melhores engenheiros, gerando conhecimento e tecnologia 100% indianos, foi de US$ 14 milhões (Fonte)
Vou falar de novo - quatorze milhões de dólares para colocar uma nave espacial em órbita baixa e fazê-la pousar em segurança com sucesso.
Sabe o que se faz com esse dinheiro no Brasil?
Em São Paulo, dá pra pintar alguns quilômetros de asfalto e chamá-los de "ciclovia" ao custo de cerca de US$ 15 milhões.
Em Cuiabá, dá pra fazer 88 metros de VLT (custo total estimado de R$ 1.4 bi para uma linha de 22 km), com a diferença de que a nave indiana efetivamente foi ao espaço, ao passo que até agora nenhum trem circulou em Cuiabá, e nem se sabe quando circulará.
Com cerca de US$ 12 milhões, dá pra fazer uma ciclovia assassina no Rio de Janeiro.
Em Brasília, não daria pra fazer muita coisa. Só em festas e celebrações, por exemplo, Dilma Rousseff gastou US$ 22 mi durante o ano de 2014 (Fonte)
Ou seja, se cortássemos o champagne e o caviar dela poderíamos mandar um homem à Lua e de volta à Terra, e ainda sobrava um troco pra recepcionar o astronauta com uma boa garrafa de Möet Chandon.
Se convertermos a folha de pagamento (bruto) dos servidores ativos, inativos e dos pensionistas do RJ para dólar (3,60), teremos algo em torno de 890 milhões de dólares. Isso significa que com menos de 2% da folha de pagamento do funcionalismo do RJ, a Índia tocou um programa espacial. E estamos falando de um Estado que não consegue entregar infra-estrutura, saneamento básico, etc. E não consegue sequer prevenir acidentes naturais previsíveis como os temporais de verão.
Triste mesmo é invertermos a análise: com 15 milhões de dólares não conseguimos pagar nem 2% da folha do funcionalismo do RJ. Se pensarmos em proporções, imagine quanto o Brasil demandaria para fazer algo parecido com o que a Índia fez. Não dá nem pra começar a brincadeira. O subdesenvolvimento brasileiro não é obra do acaso.
E lembrando que a Índia é o terceiro mundo do terceiro mundo - a renda per capita deles é 1/6 da nossa.
Deve ser por isso que 80% dos brasileiros gostariam de mandar nossa classe política inteira ao espaço - sem volta.
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