Graça Salgueiro
Como era previsível, o ex-bispo Fernando Lugo, conhecido como “pai da pátria” por seus incontáveis filhos ilegítimos ainda quando era bispo, foi defenestrado do cargo de Presidente da República do Paraguai, após um legítimo e constitucional julgamento político.
Fernando Lugo foi o candidato do Foro de São Paulo (FSP) e, como tal, tinha uma plataforma política estabelecida pelos ditames dos encontros anuais. Em seu mandato, a primeira providência foi romper o acordo sobre Itaipú obrigando o Brasil a pagar pela energia consumida, ferindo de morte o contrato feito na época de sua criação. Como todo comunista apátrida, o então presidente Lula advogou pelo seu camarada do FSP em detrimento dos direitos legais e prejuízos brasileiros.
Adepto da malfadada “teologia da libertação”, Lugo levou esses quatro anos de mandato governando apenas para seus camaradas de ideologia, os “Carperos” (Acampados - similares ao MST brasileiro) e os terroristas do Exército do Povo Paraguaio (EPP). O EPP surgiu na década dos 70-80 e se havia extinguido, porém não totalmente. Seus cabeças vivem hoje como anistiados políticos no Brasil, e daqui do território nacional brasileiro coordenaram, junto com as FARC, o seqüestro e assassinato de Cecilia Cubas, filha do ex-presidente Raúl Cubas. Com Lugo na presidência esses bandos terroristas se fortaleceram pois, em vez de combatê-los, oferecia-lhes total apoio, impunidade e apadrinhamento, levando a população ao caos e à insegurança com seus novos atos de terrorismo e bandidagem.
No último dia 15 de junho as Forças de Segurança foram vítimas de uma emboscada, quando Lugo os enviou para resolver um conflito com ditos “carperos” totalmente desarmadas. Ao tentar uma negociação, os policiais foram atacados com tiros deixando de imediato 6 deles mortos. O restante pediu reforço e no confronto 11 agressores foram mortos, deixando ao final mais 30 feridos. Lugo não foi ao velório de nenhum deles mas imediatamente determinou que se desse assistência às famílias dos que assassinaram os policiais. O encarregado de cumprir fielmente a traiçoeira operação, determinada por Lugo, ascendeu ao posto de Comandante da Polícia Nacional.
E isto foi a gota d’água para causar revolta na população paraguaia que, respeitando o que reza a Carta Magna, o Congresso realizou uma sessão ordinária, garantindo-lhe o devido processo (Leiam aqui o “Libelo Acusatório” na íntegra:), onde por maioria absoluta Lugo foi destituído do cargo por “mal desempenho de suas funções”, sentença que ele aceitou de imediato mas, insuflado pelos camaradas do Foro de São Paulo da Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador, Uruguai e Brasil, passou a chamar de “golpe de Estado”.
Os países-membros do MERCOSUL reuniram-se na Argentina entre os dias 25 e 29 de junho e, ferindo os procedimentos legais e o devido processo (sem dar direito de ampla defesa), decidiram não permitir a participação do Paraguai no encontro, uma vez que não reconhecem o novo governo. Entretanto, esta decisão foi tomada em conjunto com países “convidados” que não têm direito a voz nem voto, como Chile e Venezuela. E qual era o objetivo que jazia por trás desta decisão? o Paraguai era, até o momento, o único país a se opor ao ingresso da Venezuela no bloco pois, com sobradas razões, alegava que lá não existe democracia. Pois bem, sem o Paraguai nesse encontro a Venezuela foi admitida oficialmente e passou a fazer parte do MERCOSUL! Era isso o que desejava esta organização desde sempre e eles sim, acabam de dar um golpe na democracia!
Sinto em relação a este caso a mesma repugnância que senti no caso de Honduras, pois articulistas de opinião brasileiros que só reconheciam o Paraguai como o país da muamba e da falsificação, hoje falam como grandes conhecedores do que se passa no país vizinho com uma intimidade e um respeito hipócrita que só merecem desprezo. O Paraguai é um país pequeno e pobre mas sua gente é patriota e majoritariamente católica, como o novo presidente Federico Franco. Seus parlamentares sabem o que é honra, dignidade e respeito às leis, daí terem tomado esta atitude absolutamente constitucional. Ademais, os que hoje clamam para que se faça o mesmo no Brasil esquecem - ou desconhecem - que em nossa Carta Magna não existe um artigo dizendo que se poderá destituir o presidente por “mal desempenho de suas funções”. Reforme-se a Constituição, aprenda-se a votar em gente decente antes de ficar invejando aqueles que antes eram vistos como escória da região.
(Escrito originalmente para o Jornal Inconfidência de Minas Gerais)